A Missão brinquedOPA é uma iniciativa de pessoas comuns, que decidiram seguir o ideal jesuíta de amar e servir nas áreas em que mais se precisa de ajuda.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Depoimento

Esse depoimento foi escrito por Vanessa logo que voltou da Missão em Jenipapo no ano de 2006.

Olá todos!
Eu (Vanessa), Pe. Roberto, Simone, Clarissa, Renatinha, Deinha (Andréa) já voltamos da Missão Marajó para casa. Na verdade, "voltar para casa" é modo de dizer... enquanto estávamos na Missão, Jenipapo virou nossa casa também e vai continuar sendo sempre. Como fazemos relatórios dos OPAs nacionais para que todos orem juntos com cada experiência intensa, resolvemos também mandar para o OPA, que apoiou tanto este projeto, uma breve oração de como foi a Missão, por onde passamos, o que sentimos, o que fizemos.
Tudo começa com Dom Aléssio, Pe. Roberto e Mazé. Para quem não sabe, Robertinho, antes de ir para sua ordenação em Salvador, quis realizar um projeto missionário com o grupo de franceses que vinham com ele como forma de preparação para o grande compromisso da ordenação. E quem lhe abriu as portas foram D. Aléssio e Mazé, que trabalha com o bispo na Diocese de Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó, com sede em Belém. São eles dois que continuam acolhendo a Missão, e foram eles as primeiras pessoas que conheci quando cheguei a Belém. Bem, eu fui a primeira a chegar lá, seguida por Clarissa, Robertinho, Simone e Renatinha. Deinha só veio depois, na última semana que teríamos em Jenipapo.
O dia de chegada de todos foi segunda-feira, 10 de julho. Simone estava voltando de uma outra missão em Vazantes, no Ceará. Ela é de Olinda e estuda Terapia Ocupacional na UNICAP, onde está Robertinho. Eu e Renatinha somos de Salvador, mas moramos juntas em São Paulo capital. Eu faço Relações Internacionais na PUC e Renatinha trabalha com roteiros e filmagens. Cissa (Clarissa) mora em São Carlos, no interior do Estado de São Paulo, e faz Biologia na UFSCar. Com certeza somos pessoas muito diferentes, mas vivemos como uma grande família nas 3 semanas da viagem.
Terça-feira, 11 de julho, foi a organização da viagem, compra de mantimentos e as compras que envolviam a brinquedoteca em si. Nesse ano conseguimos o apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado do Pará para ampliação do acervo de livros e brinquedos da Brinquedoteca e para a realização da Oficina de Brinquedos. Explicarei como funcionam esses dois um pouco mais para frente.
Na quarta-feira à tarde foi a viagem de ida para Jenipapo. Dezessete horas de barco dormindo em redes, uma em cima da outra. Chegamos lá no outro dia às 06:00 e tivemos o primeiro contato com nossas queridas Irmãs Zeneide, Cirleide e Edna, Franciscanas de Dilligen. Ficamos divididos em quartos na casa das Irmãs e na Casa Paroquial, ao lado. No mesmo dia fizemos o reconhecimento da Brinquedoteca.
A Brinquedoteca é uma sala ao lado da Igreja e que foi aberta todos os dias em que estivemos lá. Como as crianças eram muitas, elas foram separadas em dois turnos: das 09:00 às 11:00 e das 15:00 às 17:00. O tempo que tínhamos "livre" serviu para organizar e inventariar a brinquedoteca, com a introdução dos livros e brinquedos novos, para recuperação dos antigos, para discutirmos os problemas e sucessos encontrados nos turnos em relação às atividades do dia, para identificação de crianças que se destacavam negativa ou positivamente, abrindo discussão para a melhor forma de incentivá-las, e, principalmente, para ajudarmos Robertinho na Oficina de Brinquedos.
A Oficina é uma tentativa de fazer com que os moradores de Jenipapo contribuam com a Brinquedoteca a partir da construção de jogos, possibilitando, inclusive, uma renda comunitária com sua venda. Além disso, os jogos que fabricamos lá têm proveniência de lugares como África, China e França, criando um elo entre as crianças de Jenipapo e de outros continentes do mundo. Algumas pessoas da comunidade estiveram na Oficina para ajudar na fabricação dos jogos e em sua ornamentação com símbolos e cores marajoaras. Para cada jogo que fazíamos, deixávamos um molde para que pudessem ser facilmente refeitos por quem quiser da comunidade. Além de jogos, também fabricamos pipas, que é uma febre por lá, bem diferentes, despertando a fantasia e a vontade de recriar o cotidiano, ver tudo com olhos de possibilidade.
Tendo em vista que a Brinquedoteca tem três tipos de atividades – artísticas, lúdicas e científicas –, nós criamos alguns dias temáticos para trabalhá-las mais a fundo: dia da leitura, dia do corpo humano e dia de artes. Selecionamos alguns dos maiores para serem os animadores da Brinquedoteca, responsáveis por organizar sua abertura, cuidar das crianças, ou seja, fazer nosso papel enquanto não estivermos por lá.
As crianças são maravilhosas! Foi difícil deixar aqueles sorrisos, aquele colorido, aquele apego todo. Como é bom não ser deixada em paz! Como é bom ter tantas crianças gritando seu nome ao mesmo tempo para disputar sua atenção! Aprender a personalidade e o brinquedo favorito de cada uma, acompanhar as dificuldades e facilidades no aprendizado... Três semanas são tão pouco tempo!
É tão pouco tempo que lá em Jenipapo praticamente não saímos do perímetro casa-brinquedoteca-oficina. Queríamos muito fazer visitas às casas para ver como nossas crianças moravam e entender o ambiente e a vida de Jenipapo. Renatinha e Cissa foram com Ir. Zeneide a algumas casas, mas não conseguimos tempo para mais visitas. No primeiro domingo fomos a Santa Cruz, sede do município, para conhecermos e para Robertinho rezar uma missa, já que não tinha padre lá. O problema da quantidade mínima de padres é sério. Eles têm que ficar viajando de uma "cidade" à outra. Mas nenhuma dificuldade é capaz de sobreviver à vista da varanda da casa paroquial de Sta. Cruz, que é o maravilhoso Lago Arari, com barquinhos de pescadores ao fundo. Realmente mágico.
Na última quarta-feira à noite chegou Deinha, depois de uma aventura indescritível. Veio para registrar a vida das pessoas da comunidade, de suas relações entre si e com a natureza.
Voltamos muito cansados na sexta-feira, às 06:00. Fomos em um motor (tipo de barquinho) até Cachoeira. Foram 6 horas de revezamento para ver quem ia deitar no casco. Lá fomos para o Museu Marajó, organizado por Pe. Giovani Gallo, que empresta seu nome à Brinquedoteca. Passamos parte da noite em Cachoeira, saindo às 03:00 em um ônibus da Viação Búfalo (o nome é o melhor, né?) para chegar de manhãzinha à foz do rio Camará. De lá pegamos um navio para a Baía do Marajó, chegando a Belém. Muitas despedidas, e todos voltaram na segunda-feira, dia 31 de julho.
Encontramos boas pessoas nessa Missão: Cristiana, da loja Gepeto, em Belém, que deu várias dicas para adaptação de jogos entre muitas coisas; as Irmãs em Jenipapo, que nos deixaram entrar em suas vidas e a quem demos nosso coração; os amigos de dentro e fora do OPA, que ajudaram em doações e orações; o casal que acolheu Deinha em Cachoeira, quando ela não tinha para onde ir nem onde ficar; e todos os que se sentiram tocados pelo projeto e tentaram ajudar de alguma forma.
Está aí, então, um relato sobre nossa Missão em Marajó. Que sejamos também missionários onde vivemos, indo em direção ao outro.
Muita paz e amor para todos,
Nessa.

2 comentários:

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